O mais engraçado de tudo é que na escola eu gostava de matemática e biologia. Era craque em equações, báskara, adorava fazer cruzamentos entre cromossomos recessivos e dominantes, estudar o DNA, daltonismo.... achava tudo isso muito interessante e legal... Nas aulas de português não era má aluna, mas tão pouco adorava a gramática. Mas também era boa aluna de redação, até ganhei um concurso da escola. Como disseram os ministros do STF, qualquer que sabe escrever pode ser um jornalista.
Agora, o que me fez cair nesta profissão? O que me fez querer ser jornalista? Foi tentando responder estas perguntas que lembrei de uma aula na sexta série e acho que foi o marco na decisão da minha profissão. Durante uma aula de história um aluno perguntou à professora quem tinha escrito aquelas histórias tão antigas do livro. A professora disse que aquilo era um trabalho de pesquisadores que buscavam documentos da época para provar os acontecimentos. Daí outro aluno perguntou: E quem vai escrever a história de hoje para contar para quem estiver no futuro? E ela respondeu: além destes documentos, a imprensa. Hoje os historiadores utilizam os jornais, as revistas e as matérias de televisão para documentar o presente e transcrever para o futuro. São estas informações que constarão nos livros daqui alguns anos.
Foi aí que tudo ficou claro. Eu queria fazer parte da história. Queria de alguma maneira escrever o futuro e deixar publicado para quem um dia passasse por aqui. Com ou sem diploma eu continuarei fazendo isso todos os dias. Isso para mim é ser jornalista.