sábado, 21 de março de 2009

Houston, we have a problem....


Hoje lembrei do dia em que minha câmera fotográfica quebrou. Contei a história para minha colega de inglês... rendeu boas risadas.... agora a gente ri. No dia eu chorei.

Estávamos em Amsterdam, na Holanda. Era o nosso segundo destino na viagem. Vínhamos felicíssimos de Paris. Na memória e no cartão memorystick quase mil fotos....

Chovia muito no nosso primeiro dia em Amsterdam. Por uma falta de vontade do motorista arrastamos nossas malas na chuva por quase 2 quilômetros. Algo dizia que eu não iria gostar de lá.

Com fome, depois de nos acomodar no hotel, saimos em busca de algo para comer. Encontramos um restaurante caseiro, de um Siciliano que mora na Holanda há quase 10 anos. Entre conversas, risadas, e boa comida fizemos dois amigos. O Siciliano, que não lembro o nome, e um Neozelandês, que ia lá todas as noites para comer, conversar e tomar café.

Acordamos cedo e saimos para ver a cidade. Chovia. Logo aprendemos o maior ditado holandes. "Os holandeses só tem duas certezas na vida. Primeira, que vão morrer, e segunda, que vai chover na Holanda." Tínhamos entendido esta parte.

Passamos o dia como a Nanda e Léo (de Páginas da Vida), andando de bicicleta pelas ruas de Amsterdam, ah, inclusive na chuva! Conhecemos a Red Light, aquela rua que as mulheres ficam nas vitrines esperando os clientes. Passamos lá durante o dia, e só vimos barangas. Depois nos contaram que à noite é que aparecem as bonitas.. durante o dia elas descançam e deixam as feias ganharem uns trocados.

Bom, agora chega a parte da tragédia. Aquele onde a gente quebra a câmera novinha, com menos de um mês de uso.


Estávamos na Museumplein, que é uma espécie de praças dos museus, que reúne quatro deles, o Museu Van Gog, Museu do Diamante, Rijksmuseum e Museu Stedelijk. Lá também está a famosa frase I AMSTERDAM, onde todo mundo que foi lá já tirou uma foto. Pois bem, nós também queríamos a nossa foto. Posicionei o tripé, tirei uma foto e pedi para o Fábio entrar em quadro. Liguei o disparador automático, corri para frente da câmerca, e ....... PUTZ!!!!! A câmera caiu!!!... ventava muuuuito naquela hora... e ela caiu numa pedra com a lente aberta.....

O que se faz numa hora destas?? Chora?? Ri??? Pensa que isso é um sonho?? Meu Deus!!! Depois de tentar consertar a máquina sozinhos milhares de vezes fomos ouvir a opinião de um profissional, que condenou a câmera. Não tinha conserto. Teríamos que comprar uma nova.


Saimos em busca de uma nova. O vendedor era um alemão, que morava em Amsterdam há muitos anos. Ele ainda tentou abrir a lente, mas não conseguiu. Quando chegamos na loja ele ria de duas meninas que conversavam numa língua que ele chamou de "strange language".... quando eu falei em português com o Fábio o vendedor riu e disse que nós falávamos a mesma língua das meninas... sim, duas paulistas em Amsterdam....


Escolhemos a câmera. Num gesto de bondade, o alemão decidiu gravar nossas fotos que estavam no memorystick, em um cd... até que..... OPS, disse o alemão... ''we have a problem"... ele dizia.... eu comecei a gelar... ali estavam TODAS as nossas fotos de Paris.... na hora não pensei em nada... quase pulei o balcão e fiquei gritando em português: "o que vc está dizendo?? que eu perdi todas as fotos... não pode ser verdade.. tenta arrumar isto... não pode ser... " e o alemão com os olhos arregalados disse: "excuse me, I don't understand you. You speak in a strange language"... Daí percebi que eu gritava com ele em PORTUGUÊS... coitado do alemão... tentando ajudar...


Bom, compramos um cartão novo, e guardamos o que tinha as fotos de Paris. Assim conseguimos seguir viagem....e continuar tirando nossas fotos.
Agora a gente ri... na hora eu chorei!!!!

** essa foi a última foto tirada com a antiga câmera, antes dela se espatifar no chão.

Um comentário:

Dieta já disse...

Isso me fez lembrar do meu retorno de Paris. Máquina cheia, com quase 500 fotos. Passei as onze horas e meia de viagem olhando, recortando, vendo os vídeos, quase até terminar a bateria. Quando aterrisamos, pega mala aqui, pega sacola ali, pega tudo o mais. E seguimos para a esteira. Já estava quase na porta de saída, feliz da vida, quando o comissário veio me perguntar se eu nãqo havia esquecido a câmera no avião. Procurei nos bolsos, aqui, ali e nada. Putz. Ele disse o nome do cara que eu devia procurar para conseguir a máquina de novo. Foi uma epopéia. Ali, no finzinho da viagem, chegando em São Paulo. Demorei quase uma hora até botar as mãos de novo nela. Que sufoco! Imagina perder todas as fotos? Metade do prazer da viagem é poder mostrar pros outros depois, não concorda, Lilian?