domingo, 14 de junho de 2009

Eu quero o que é seu...

A inveja é feia, já nos diziam quando éramos crianças. Mas mesmo assim insistimos em crescer carregando este sentimento feio. E pior: o alimentando ao passar dos anos. Na infância temos inveja das bonecas da vizinha. As dela tem sapatos de salto coloridos dos quais a minha não tem. Na adolescência invejamos as roupas de marca, o cabelo longo e liso da outra, algumas até invejam o primeiro namorico da amiga.


Na fase adulta, assim como nós, o alvo também cresce. Invejamos a carreira do outro, sua beleza, sua posição social, sua inteligência, e muitos ousam inclusive invejar a felicidade, a alegria, aquilo que nos deixa mais vivos e brilhantes. E assim como na experiência da feira de ciências da escola, quando descobrimos que ao colocar um copo sobre a vela a chama se apaga, vamos nos apagando aos poucos, transformando a inveja num copo de vidro que nos sufoca.


Mas não sabe o invejoso que o copo fica por pouco tempo sobre a vela, e assim que ela voltar a acender nunca mais deixará que ninguém o apague novamente. E assim é o invejoso: um copo de vidro transparente e frágil.

Nenhum comentário: